Aluísio Azevedo escrevia como se estivesse pintando um quadro: cores fortes e traços firmes retratavam duras cenas da vida cotidiana do final do séc XIX , na cidade do Rio de Janeiro.
O Cortiço é o romance mais representativo do naturalismo brasileiro. A obra, metáfora da sociedade brasileira da época, focaliza o nascimento e o crescimento dos cortiços - o símbolo do aparecimento da classe operária e explorada no Brasil - e a oposição entre a burguesia e o proletariado.
Os "heróis" individuais representam os tipos sociais daquela sociedade, principalmente a da capital do país, em franco desenvolvimento. Mas um desenvolvimento que ao mesmo tempo significativo: lojas comerciais, ruas bem mais estruturadas, pessoas com profissões definidas e construções para abrigar toda e qualquer gente; era também desordenado: todos estavam como se "misturados" e "misturando" a tudo, representado muito bem na proposta do Cortiço, antes mesmo dele nascer, já com o "amigamento" de João Romão e Bertoleza .
Esta mistura nos propõe e nos leva a conhecer as personagens em suas características animalescas,próprio do estilo Naturalista, que nos convida a entender a cada um como um "pedaço" de carne ou caricaturas de animais tanto no físico quanto no psicológico, criando assim, Aluísio, personagens autênticos que reproduziam as classes pobres e marginalizadas do Rio.
O Naturalismo enfatiza o fato de a hereditariedade física e psicológica determinar o comportamento humano e admitia uma visão biológica do ser humano.
Características do romance naturalista:
a) Priorização da coletividade, e não do indivíduo.
b) Denúncia das desigualdades sociais.
c) O personagem estava condicionado a um destino que não podia alterar. Movido pelo instinto, seu comportamento se aproximava do animal.
d) A maioria dos personagens retrata tipos sociais.
e) Funciona como um documento.
A primeira personagem é o próprio Cortiço: tem vida própria, ao arrastar todos para a degradação. O autor traz propostas como o de que o meio social condiciona e determina o comportamento do ser humano: pensemos em Jerônimo. Na leitura o vemos, nas primeiras informações, um homem trabalhador, honesto, cumpridor de seus deveres,com saudades de sua terra natal porém, ao longo de sua convivência, principalmente, com a chegada de Rita Baiana, transforma-se em um homem cheio de "defeitos", um novo Jerônimo, homem sem qualquer cuidado com seus bens morais tão bem descritos em sua chegada ao Cortiço.
O Cortiço ainda é povoado por soldados, pedreiros, imigrantes, italianos, homossexuais, capoeiristas, curandeiras e lavadeiras com muitos nomes e dramas.
Esta história nos retrata o cotidiano ,expondo as feridas e os defeitos da sociedade do final do século XIX. Com ironia, mostra as hipocrisias sociais e as relações humanas superficiais.Há também o combate as instituições da burguesia: Igreja, monarquia e família.
Nesta obra há vidas interligadas, destinos paralelos. ( Faça uma releitura da obra, e descubra isso.)
Personagens:
O Cortiço;
João Romão;
Bertoleza;
Miranda;
D. Estela;
Zulmirinha
Jerônimo;
Piedade;
D. Isabel
Pombinha;
Leocádia;
Marciana;
Florinda;
Augusta;
Henrique;
Botelho;
Rita Baiana;
Firmo;
A "curandeira"/vidente.
Lêonie;
Os Cabeça de Gato
Libório;
Assista o vídeo feito, no ano passado, por colegas que já estão no terceiro ano. Há alguns personagens e situações retratados no livro O Cortiço. Veja se você reconhece algum trecho da obra.
